"Animais são criaturas, não propriedade humana, nem utensílios, nem recursos ou bens, mas sim preciosos seres na visão de Deus...
Rev. Andrew Linzey

28 de setembro de 2012

Psicopatas ocultos e inversos.


Animais incendiados ou enterrados vivos, espancados até a morte, enforcados, torturados, envenenados ou mortos por injeção letal – todos esses procedimentos são comuns em psicopatas. O alvo predileto: criaturas frágeis, indefesas, fáceis de capturar e manter sob seu domínio – e os animais se enquadram em todos os itens, assim como as crianças, mulheres e idosos que
numa segunda etapa da vida de um psicopata, podem se tornar seus alvos.
Segundo estudos do FBI, na sua grande maioria (cerca de 80%), os psicopatas começam a carreira matando animais. Por isso, em países como Estados Unidos e Inglaterra, os matadores de animais já são tratados e julgados de forma diferenciada que avança para muito além do crime de maus-tratos a animais. Nesses locais já se entende que deter esses indivíduos ou monitorá-los, quando começam a matar animais na infância, representa uma medida preventiva, de proteção não somente aos animais, mas a toda a sociedade.
Assinadas pela jornalista Fátima Chuecco, colaboradora da ANDA e sempre atuante no jornalismo pela causa animal, as matérias levantarão os casos dos psicopatas mais famosos do Brasil e no Exterior a fim de instigar a reflexão e motivar que casos onde se percebe comportamento psicopata sejam avaliados de forma mais ampla e recebam a punição adequada para evitar que os crimes continuem se propagando e, inclusive, migrando, da matança de bichos para o assassinato de pessoas.
Histórias impressionantes desfilarão pela série que estará também fornecendo canais para denúncias e dicas de como identificar indivíduos de perfil psicopata. Afinal, eles estão entre nós e muitas vezes ninguém percebe! Podem se esconder no disfarce de um simpático ou bondoso vizinho. É muito importante denunciar todo e qualquer matador de animais seja ele matador em série, em massa ou temporário.
Deter esses indivíduos salva a vida de animais e de pessoas. À propósito, no Brasil, 80 mil crianças desaparecem por ano. É um número extraordinariamente alto. Elas somem sem qualquer indício de seqüestro ou pedido de resgate e podem estar caindo nas mesmas mãos daqueles que assassinam animais.
Amontoados, enjaulados, doentes, famintos, estressados e apáticos. Assim vivem muitos animais acumulados em casas mantidas por pessoas sem qualquer noção de que estão fazendo mal ao invés de bem. São pessoas que se sentem com a “missão” de salvar todo e qualquer animal que surja em seu caminho e, muitas vezes, animais que nem estão precisando de ajuda.
É uma compulsão por resgatar e uma dificuldade imensa de doar o animal. Nos casos mais graves, o colecionador não consegue sequer se livrar dos animais que morrem, conservando-os em freezers ou enterrando-os no quintal e até sob o assoalho da casa. A série Acumuladores de Animais, exibida recentemente no canal Animal Planet, mostrou alguns casos dos mais severos sendo que em um deles um homem tinha mais de cem animais congelados em casa.
Nos Estados Unidos esses casos são tratados com equipes multidisciplinares que incluem assistente social, psicólogo, veterinário e ONGs de proteção de animal. Seria o colecionador de animais um psicopata ao inverso, ou seja, que também vive à captura de suas vítimas e promove o mal, porém, com a convicção de estar dando uma vida melhor a elas?
Muitos dos psicopatas possuem um discurso religioso. Afirmam terem uma missão (divina ou não). Eles se sentem destinados a cometer seus crimes e se orgulham da tarefa, se sentem “os escolhidos”. O colecionador, ao contrário do serial killer, tem boa intenção, mas como é compulsivo e quase sempre sem recursos suficientes para a “missão” a qual se sente “destinado”, acaba também submetendo os animais que recolhe a uma tortura prolongada sem espaço, quase sem comida, com doenças de pele e outras enfermidades que progridem sem qualquer cuidado veterinário.
O colecionador de animais é vítima de uma doença chamada Síndrome de Noé, derivada da Síndrome de Diógenes (caracterizada pela compulsão de acumular lixo e objetos). É por isso que na maioria das casas dos colecionadores de animais estão também muitos sacos de lixo amontoados pelos cantos ou no quintal e muitas coisas velhas como jornais e outras quinquilharias sem utilidade.
O colecionador não consegue se desfazer de objetos, animais e nem mesmo de seu lixo. Geralmente, quando descoberto, normalmente por denúncias de mau-cheiro, é enquadrado no crime de maus-tratos a animais ou encaminhado para tratamento psiquiátrico. É uma pessoa que precisa de eterna vigilância, assim como o psicopata, pois, à menor carência ou conflito interior, voltará a recolher bichos das ruas.
No e-book www.veterinariosnodiva.com.br, da pesquisadora Safih Quelbert, há uma interessante e completa abordagem sobre o tema “hoarding “ (patologia psiquiátrica, caracterizada por uma excessiva acumulação e retenção de objetos, incluindo ou não animais ). O e-book salienta o trabalho do veterinário americano Gary Patronek, diretor do Centro para Animais e Políticas Públicas da Universidade de Tufts e que possui um grupo chamado “The Hoarding of Animals Research Consortium”, criado em 1997.
Ele conduziu uma pesquisa em 1999 para traçar o perfil do acumulador de animais e chegou às seguintes conclusões: 76% são mulheres, 46% têm 60 anos e mais da metade vive sozinho. Em 69% dos casos, fezes e urina de animais estavam acumuladas nas áreas sociais da casa. Em mais de 25% dos casos, a cama do acumulador estava suja com fezes e urina. Animais doentes ou mortos foram descobertos em 80% dos casos relatados.
Trata-se de um indivíduo de baixa autoestima, muito carente e que canaliza seus conflitos apoderando-se de tudo o que pode pelo medo de não ter um dia, no sentido simbólico de recuperar-se de uma perda ou cicatrizar uma ferida emocional. Segundo o e-book Veterinários no Divã, “os hoarders que colecionam animais, inicialmente buscam nesta relação de ‘salvamento’ uma cumplicidade, já que identificam a fragilidade do estado do animal similar à sua. A intenção do recolhimento do animal, dando uma ‘nova chance’ pode remeter à situações como abandono dos pais, negligência, abuso na infância e luto. Ou seja, um ser que passou por maus- tratos se identifica com outro estabelecendo uma ‘simbiose’, na tentativa de cicatrizar um passado”.
Grande parte dos psicopatas sente prazer no sofrimento alheio, portanto, o sadismo é uma característica bastante presente no caso do serial killer. Não há apenas a incapacidade de se colocar no lugar do outro e ausência de sentimentos. Há também a diversão diante da dor do próximo. Portanto, é muito tênua a linha que separa uma pessoa que se diverte numa tourada, rodeio e rinha dos psicopatas assassinos.
Aqueles que participam de rinhas podem não ser capazes de expressar sua agressividade latente por meio das próprias mãos. Transferem então essa “responsabilidade” para os pobres animais obrigados a lutar na arena. Eles viram instrumentos da violência, verdadeiras armas de carne e osso, para satisfazer os desejos insanos de seus criadores. Desejo de sangue. Seriam essas pessoas psicopatas ocultos, que transferem sua violência para os animais, sejam cães, galos ou quaisquer outros?
Embora muita gente defenda as rinhas, touradas e rodeios como manifestações folclóricas e culturais, passadas de geração a geração, não tem como negar a presença do sadismo em todas elas. No entanto, um esporte não pode ser sádico porque assim deixa de ser uma atividade saudável. Os animais submetidos a essas práticas não estão na arena por livre e espontânea vontade como os lutadores de boxe, por exemplo.
Assistir dois animais se matando numa rinha e achar graça disso ou se entreter com esse cenário é doentio. É um comportamento que se assemelha bastante ao do psicopata que aprisiona suas vítimas e vai machucando-as aos poucos, ouvindo seus gemidos de dor e vendo o sangue escorrer até que elas definhem mergulhadas em sofrimento. Quem participa ou promove rinhas tem ainda um comportamento bem parecido com o do matador de animais, com a diferença que, ao invés de matar com as próprias mãos, utiliza outro animal para matar.
Chamar as caçadas de esporte é outro grave erro. Assim como no caso das rinhas e rodeios, as caçadas também têm como ingrediente principal o sadismo. É uma atividade extremamente cruel e covarde onde o homem, munido de pesadas armas, ainda se gaba de abater um indefeso animal. Não importa se é um leão ou um elefante pesando toneladas. Um rifle é uma arma rápida e letal transformando qualquer fera num animal desprotegido.
É comum os caçadores posarem para fotos diante dos animais mortos com um largo sorriso nos lábios. Sentem-se diante de um troféu. Sentem-se vencedores mesmo não tendo havido qualquer luta, apenas um animal na mira de uma arma de fogo. Atividade fácil e sem qualquer glória, mas mesmo assim, os caçadores posam nas fotos como homens “valentes”.
Não é preciso ser psiquiatra para detectar nessas pessoas um grande desvio de comportamento e um acentuado sadismo. Quantas vezes o caçador não se vê diante do animal agonizando? Ou então dos filhotes em desespero diante do corpo da mãe morta? Uma pessoa que se diverte com esse tipo de cenário não pode ter uma mente saudável e muito menos ser tratada como “esportista”.
O ponto curioso é a coletividade. Os caçadores agem em grupo. Uns ajudam os outros a matar. Seria uma psicopatia coletiva? E em muitos casos, os caçadores são também pessoas dispostas a matar gente. Como vimos desde o início dessa série, os psicopatas, em geral, começam matando animais. É uma espécie de “treino”.
No recente caso do empresário do grupo Yoki, as fotos do casal revelaram que os dois participavam de caçadas. Numa das imagens Elize e Marcos Matsunaga posam sorridentes diante de um animal abatido. Numa das matérias de TV, o cabeleireiro de Elize diz que ela gostava de mostrar seus troféus (cabeça dos animais mortos) na parede da casa dela. O empresário também foi decapitado.
No dia 22 de junho, uma gatinha de apenas três meses teve seus olhos arrancados com caneta por um pré-adolescente de 11 anos. O caso ocorreu em Valparaíso (DF) e a gatinha, batizada de Themis, foi socorrida no Hospital Veterinário São Francisco de Brasília. A veterinária Cláudia Godoy ficou chocada com o estado da gatinha que, segundo a testemunha que denunciou o caso, também foi atirada contra a parede.
Themis está sendo tratando-a com antibióticos. Será impossível ela voltar a enxergar, pois, teve os glóbulos oculares completamente destruídos. O Grupo Salvando Vidas – Protetores Independentes de Brasília, está acompanhando o caso e procurando a família do adolescente para prestar ajuda psicológica, afinal, esse garoto pode ser um perigo não somente para os animais como também para outros jovens e para a própria família. Uma atrocidade desse nível, cometida nessa idade, já revela uma grande tendência à psicopatia. A gatinha já tem adotante, mas ainda passará por nova cirurgia.
Essa crueldade e outras cometidas por crianças e pré-adolescentes foi tema do terceiro capítulo dessa série e teve grande repercussão. Foi a matéria mais curtida, comentada e compartilhada de toda a série e ainda pode ser lida acessando aqui.
Os demais episódios da série também podem ser vistos:
O Caso Dalva e Alice no País dos Gatinhos Mortos, além do Caso Brenda Spencer, que matou dois adultos e feriu nove crianças quando tinha apenas 16 anos, mas já incendiava cães e gatos quando criança.
Médicos e enfermeiros com missão oposta: dispostos a tirar vidas das maneiras mais sádicas. No Brasil, yorkshire Lana comove o Brasil ao ser morta por enfermeira casada com médico. Veja ainda quadrilha de enfermeiras assassinas e o cruel Dahmer que mutilava e comia suas vítimas.
Um psicopata a cada quadra: as estatísticas mostram que há cada 100 pessoas, quatro são psicopatas, ainda que não sejam serial killers. Conheça o comportamento dos psicopatas e alguns dos mais cruéis que começaram seu rastro de sangue matando animais. Um deles cegava pássaros na infância e depois passou a matar mulheres de lindas vozes.
Abaixo seguem os fones e endereço onde qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos e outros delitos contra animais. No 181, por exemplo, a identidade do denunciante é preservada. Vale ressaltar que as rinhas são proibidas no país assim como a manutenção de animais engaiolados, acorrentados ou em péssimas condições de vida. Colecionadores, quando não maleáveis à ajuda de protetores, também podem ser denunciados.
Não existe no Brasil lei que permita a comercialização da carne de cães e gatos, mesmo porque, trata-se de uma questão cultural. Portanto, restaurantes podem ser denunciados diretamente nas delegacias comuns. Crianças violentas com animais devem ser monitoradas. Alerte aos pais e, se não resolver, denuncie. Envenenadores de gatos são matadores em série e devem ser denunciados. O uso de chumbinho é proibido nas regiões urbanas e, nesse caso, acione a polícia local por se tratar de um veneno letal que pode, inclusive, parar nas mãos de uma criança.
Por fim, desconfie e denuncie falsos protetores como Dalva Lima da Silva que foi o foco do primeiro episódio dessa série. A própria Dalva, que confessou estar matando com injeção letal há pelo menos um ano, ainda responde por processo de maus-tratos e, se for vista recolhendo ou recebendo animais, deve ser denunciada na hora. Acionem a polícia para um flagrante. Compartilhe essas dicas pelo facebook ou outras redes sociais. Muita gente se cala diante de crueldade contra animais simplesmente porque acha que não tem como denunciar.
E um alerta final: 80 mil crianças desaparecem por ano em todo o Brasil.
São crianças para as quais não se faz qualquer pedido de resgate. Elas simplesmente desaparecem sem deixar qualquer rastro e podem estar caindo nas mãos dos matadores de animais que, em geral, depois migram para outras vítimas como crianças e mulheres.
Anda.jor.br - Por: Fátima Chuecco
DISQUE DENÚNCIA – Em SP 181, opção 9. Demais Estados obter o número no 102.
Em SP – DPPC – Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania -Divisão de Investigações contra o Meio Ambiente. Endereço Av. São João, 1247, Centro. Fone 3331-8969 ramais 206 e 217. Delegado responsável pelo Caso Dalva, Dr. Celso Damasceno
Anda.jor.br

Fonte - http://www.webdiario.com.br/

Imagem do filme (A Orfã) trabalhada por (Direitos dos Animais)

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